Houve tempos onde andava de roupas rasgadas
Corpo fechado, pés descalços, o rosto coberto por graxa
Mendigo escravizado por uma intocável donzela
Que deixaste como único presente dolorosa seqüelas
Houve tempos em que inundava rios com lágrimas tristes
E sufocava o ar como cheiro de violetas mortas
Sofrendo de tragédias de irônica certeza do ocaso
E sangrando as feridas com uma louca paixão mórbida
Mas para cada primavera há um novo amanhã
Uma nova luz brilha por entre as nuvens
E novas estrelas surgem para iluminar o céu
A paixão por caminhos traiçoeiros uma hora ressurge
Aceito o meu destino como parte de uma nova vida
Pois para cada noite surge um novo reino e uma nova rainha
Sei que no futuro surgirão inesperadamente novas fantasias
E me entregarei aos sentimentos de uma antiga amiga
Sei que nada surge quando algo se espera
Sei que surge algo quando nada se espera
Rezo para que surja ainda hoje um novo tempo
Onde possa beijar a boca que mais me deseja
Para cada manhã o sol vem para espantar o medo
E as estrelas iluminarem um novo começo
Ao lado de musas que me inspiram as palavras
Ajoelhar aos teus pés e escrever novas serenatas
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