O homem que conhece a luxuria está condenado a ser conduzido pela sua própria ganância e poder como forma de vida. Até aí, nenhuma novidade e este texto não discorre sobre nenhuma produção essencialmente inédita, mas se junta aos milhares já existentes como forma de protesto e indignação.
O homem que conhece, ao menos, uma vez o poder, jamais conseguirá traí-lo e viver novamente sem se embebedar em calmantes e freqüentar diversas terapias. Isto quando ocorre de um homem perder o poder e não tomar conhecimento disto, o que é tão estranho quanto ver um mendigo coberto até a cabeça dormindo em praça pública aos 36º graus de temperatura.
O homem não está preparado para trocar a felicidade material pela felicidade espiritual. É tão carente de humildade e transborda o egoísmo por entre seus poros.
Mas um dia chega à doença, e qualquer hora a sentença será dada: você vai morrer. Estará preparado para ver os seus herdeiros comemorarem o seu fim? Pois tua família irá preservar a tua lição de vida, que é amar o objeto, e amando o objeto não amaremos o homem, o com o fim do homem, herdaremos a sua fortuna, e herdando a sua fortuna, seremos todos felizes.
Está preparado para vislumbrar esta tragédia?
Mas quem sabe (e quem sabe?) se no leito terminal um subordinado de tua empresa vim lhe visitar, e lhe vendo neste estado põe se a chorar (junto com os sorrisos de teu filho), teu coração não atravessará a escuridão e você poderá enxergar que já nasceu morto e que somente agora fará jus ao que acrescentou na vida. Você se arrependeu, mas agora já é tarde.
* Inspirado pelo conto "A Morte de Ivan Ilitch" da autoria do escritor russo Liév Nicolaievitch Tolstói, nascido em 1886 e que deixou sua mensagem através da literatura.
Um homem morreu. Ele não teve idéias. Dez anos depois foi banido no mundo das lembranças.
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