sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Falando de Foucault
Ainda que o poder, de um modo geral, produza as mais diversas formas de subjetivação - sendo que esta conclusão é evidente e perceptível mesmo aos mais desatentos - um maior cuidado é necessário ao analisar à questão.
Visto que o sujeito, enquanto se relaciona, tem em seu espaço uma infinidade de poderes - ainda que poderes de origem externa, quando ele se torna subordinado, e também poderes de origem interna, quando ele passa a mandar (e ter controle, ao invés de ser controlado) - necessários para manter o equilíbrio do mundo.
Michel Foucault observa que o grande problema é a transferência de poder do sujeito para uma menor parte, assim concentrando uma gama enorme de poder em poucas pessoas. Não é difícil de compreender: se a, b, c, d e e transferem o seu poder para x, logo x tem total poder sobre os demais, sendo que os demais serão corpos inanimados que se sujeitarão às vontades de x.
Porém Foucault demonstra que essas relações de poder são importantes de modo geral; exemplificando, ao observarmos um crime temos o poder de denunciar, de chamar as autoridades competentes. Isto remonta ao argumento anterior, que diz que o poder é necessário para o equilíbrio.
Ao fazer genealogia, Foucault não busca fazer uma análise histórica, buscando um princípio e uma causa, mas sim no movimento da sociedade. Isto leva Foucault a entender o poder como uma força que produz realidade e que produz conhecimento, além de ajudar a entender o contexto presente, como sujeitos que somos e representação da mordenidade.
Desta forma, este poder correlacionado com a disciplina, de uma certa maneira, nos leva a uma reflexão acerca daquilo que é, ou da realidade de cada tempo, ainda que da estrutura moderna a qual o poder rege, podemos abstrair pontos positivos e negativos. O problema de nossa tempo é justamente a transferência de poder para os objetos, por exemplo: uma roupa de marca - outro artificio da máquina. Ela acaba lhe seduzindo, e como todo apaixonado, você acaba direcionando os seus pensamentos e seus esforços em busca da aquisição de seu objeto de desejo (este se torna o seu alvo).
Vemos aí uma relação totalmente subordinada onde o objeto tem poder sobre o sujeito, ou seja, Foucault acertou em cheio ao trazer o poder como objeto de conhecimento para explicitar um problema, e não apenas como objeto de critíca.
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