As minhas noites são longas. Minha vista não se acostuma com a escuridão. Estou imerso na penúria. Tenho muito sono mas não consigo dormir tamanha é a imensidão e profundidade deste nada que paira ao meu redor. Me sinto pesado, lento e perturbado, não sei por que. Não há melancolia, apenas tensão e nervosismo. Não há motivos, somente angústia.
Seria a loucura ou seria a normalidade? Seria a sensibilidade de algo que estar por vir, como um alerta, um sexto sentido, ou seria a certeza daquilo que não se tem? Ou, até mesmo, os sinais de uma derrota que jamais admitirei?
Talvez seja apenas o medo, a paranóia, ou a vergonha de ser aquilo que se é. É o choque causado pela vontade de reagir sem saber como reagir. Tão fácil é pensar e tão complicado é colocar em prática os meus pensamentos. É a inválidez que transpira em minha segunda pele.
São todas estas noites, noites malditas! O demônio prega peças na minha alma desesperada. São insetos imaginários que andam pelo meu corpo. Dou tapas no ar, sou um assassino de ilusões, mas quando mais eu mato mais elas aparecem. Insetos se duplicam, entram em minhas narinas, zumbem em meus ouvidos e picam a minha perna. E não há nada a fazer. Eles agradecem a minha paranóia, pois é onde se escondem. É somente em minha insanidade que eles existem.
Me desculpem por envolve-los num universo que eu mesmo não compreendo muito bem. São apenas surtos de revolta e vontade de se fazer ouvir.
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