quarta-feira, 5 de março de 2008

O Que é Educação?

Reflexão filosófica livre sobre o tema proposto.

Para desenvolver a resposta com demasiado cuidado temos a necessidade de aceitar duas premissas como ponto de partida:

- aprender é possível;

- ensinar é possível;

Entendendo que aprender é uma possibilidade que se dá na experiência, também é preciso dizer que a experiêcia acontece na forma de imitação e replicação de fatores externos, sejam estes relativos à moral e à ética (no caso comportamental e social) ou relativos à técnica (no caso de uma especialização em relação ao mundo. Por exemplo, ciência, filosofia, matemática, física, medicina, biologia entre outras).

O ensino ocorre através de um ponto referêncial detentor de um ou mais aprendizados. Este ponto referêncial pode ser uma pessoa (aquela que já aprendeu) seja em âmbito moral (Ex. Parentes, vizinhos e amigos) ou seja em âmbito técnico (Ex. Professores). Também pode ser um objeto (Ex. Livros e discos) e muitas vezes este ponto é a própria experiência pessoal (Ex. Filmes, quadros, acidentes, músicas e os próprios conflitos pessoais).

Sendo assim, educar é o caminho que o ensinar percorre em direção à aquele que vai aprender. Porém, a educação pressupõe um conjunto de normas pré-estabelecidas que atinja a sociedade em níveis semelhantes, assim como ocorre numa sala-de-aula. Professores e alunos seguem um mesmo padrão para educarem e serem educados, visando sempre o bem universal.

Também faz parte da educação você seguir este conjunto de normas para ser considerado alguém educado. Ou seja, a educação está presente na atitude e na conduta. Neste caso encontramos uma série de normas que pode variar dependendo da cultura a qual o educado pertence. Outras, porém, são universais: não comer pratos quentes com a mão; não andar pelado pela casa na presença de estranhos; não cuspir no chão; etc.

Perceba que a educação moral e ética está intrisicamente ligada com a restrição. O que não é restrito, é o que se pode fazer.

Existe uma armadilha nos confins da educação no que se refere aos padrões. Educar quase sempre é padronizar, e padronizar sempre é recebido por nós como uma atitude a ser incorporada, independente de aceitação.

Não obstante, quando não há interesses externos, leia-se sistema econômico, estes padrões podem ser bons justamente por ser um ponto-de-partida para nos incluir na sociedade. Há a possibilidade de sermos educados para o bem e para uma justa organização pessoal e social. Sem educação surge o caos.

No sistema vingente, somos educados tecnicamente com o intuito de termos uma profissão. Como o nosso sistema econômico é um grande jogo, para sobrevivermos precisamos ganhar dinheiro, e para isto escolhemos profissões que muitas vezes repudiamos, entretanto são profissões bem remuneradas. Mais uma vez a injustiça impera e somos infiltrados pelo sentimento de "não-pertence": eu não pertenço a esta faculdade; eu não pertenço a esta profissão; eu não pertenço a esta realidade; eu não pertenço a mim mesmo.

Enfim, ser educado, ainda que injustamente, é pré-requisito necessário para ingressar neste grande tabuleiro deste complexo sistema que compra as nossas idéias, o nosso corpo e o nosso tempo, utilizando como moeda os nuances e os vislumbres de uma possibilidade de vida bem sucedida e, socialmente, bem vista e o sonho de atingir o pico mais alto, não se sabe para quê, como uma corrida para saber quem chega em Marte primeiro, ainda que o preço a pagar seja muito caro ao ser.

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