Hoje, eu enviei à alguns colegas de trabalho dois trechos de artigos que li na internet com fins de demonstrar alguns fatos que geralmente não são divulgados pela grande mídia de massa de nosso país.
Primeiro trecho:
Proibida aos palestinos
Esta é a auto-estrada 443, que vai de Jerusalém a Tel Aviv e pela qual os palestinos estão proibidos de trafegar, apesar dela atravessar o território palestino da Cisjordânia. Eles entraram com um pedido no Supremo Tribunal de Israel para que pudessem utilizá-la, mas perderam.
A Associação dos Direitos Civis em Israel protestou contra a decisão judicial, alegando que ela é discriminatória e viola a legislação internacional. De nada adiantaram os protestos.
Isto me lembra quando os franceses colonizavam a Argélia. Havia vários locais proibidos aos naturais da terra, e em alguns estabelecimentos havia placas onde estava escrito: 'É proibida a entrada de cães e argelinos'.
fonte: http://blogdobourdoukan.blogspot.com/2008/03/proibida-aos-palestinos-esta-auto.html
A respeito disto fiz o seguinte comentário:
Depois acham um absurdo que os palestinos pratiquem atentados terroristas contra os israelenses. Não concordo com este tipo de atitude, porém a motivação de uma ação extrema é justificável.
Segundo trecho:
Um trecho de uma entrevista com uma professora da Unisinos (Rio Grande do Sul)
HU On-Line – Recentemente, Luís Nassif, em seu blog, divulgou um dossiê sobre a Veja, que ele chama de o "maior fenômeno de antijornalismo dos últimos anos". Qual é a sua opinião sobre o tipo de jornalismo que essa revista faz?
Ivana Bentes Oliveira – O jornalismo da Veja já virou motivo de piada nos cursos de Jornalismo e comunicação. E é ótimo para dar exemplo porque é de tal forma deformado, repensado, direcionado que acaba se tornando uma caricatura do antijornalismo.
fonte: http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=&task=detalhe&id=12724
Diante do texto, um dos colegas a qual eu enviei o texto responde:
Desculpe, mas 'uma ação extrema' deve ser pacifica acima de tudo. Vivemos entre bilhoes de pessoas. Cada um tem seu ponto de vista, sua cultura, seus ideais, suas influencias e seu poder capitalista. O mundo gira sobre esses e outros inúmeros fatores e sempre será assim. Acho que devemos é procurar viver da melhor forma entendendo o próximo e respeitando o próximo.
Acho que todos devem ter liberdade para protestar, fumar, beber, tudo o que quiser, desde que não prejudique nenhuma outra pessoa e principalmente colocar a vida de seres humanos em risco.
Pago meus impostos e todo dia vejo meu carro sendo destruido pela minha rua que não tem asfalto. Da mesma forma que os politicos 'driblam' a necessidade de asfaltar minha rua, eu e alguns moradores tentamos de outras formas arrumar isso. Pode ser que uma hora eu desista até, mas não irei matar o Kassab por causa disso.
Uma vez fui processado por uma pessoa que nunca vi na minha vida... e adivinha? Ela ganhou o processo. Tudo bem, tenho vontade de mata-la, mas nao justificaria. Hoje procuro os mesmos meios 'pacificos'.
Quanto a Veja, papo velho.. mas a população continua lendo. Conheço uma jornalista da Veja e por exemplo, o próprio marido se nega a ler a revista rs... Eu sou assinante, continuo a ler pois acho que existem matérias muito boas. Por outro lado, não 'engulo' tudo que está escrito, faço um filtro e até mesmo procuro outras opinioes sobre um tema (já que a veja não é nada imparcial). Ai cabe cada um, filtrar, absorver e até mesmo negar os fatos da revista.
Da mesma forma que leio a veja, procuro ler o Nassif e o Paulo Henrique Amorim, levando sempre em conta que são contra a Veja e a Globo. Ai posso tirar as minhas conclusoes principalmente levando em conta meus ideias e minha ética. Se estou certo? Sim, pois acredito no que eu digo.. se as pessoas vão acreditar no que eu falo? Opinião de cada um.
Não satisfeito com o comentário, respondo:
Como eu disse, não concordo com atitudes que visem tirar vidas de inocentes, porém existe uma justificativa para isto, repare novamente: A Associação dos Direitos Civis em Israel protestou contra a decisão judicial, alegando que ela é discriminatória e viola a legislação internacional. De nada adiantaram os protestos. Eles tentaram se fazer ouvir, mas viraram as costas para eles... Você tem noção de como isto é revoltante? Imagine a seguinte situação, que é real, e acontece com frequência na faixa de Gaza (território palestino): te proibem de trabalhar! Você não pode mais trabalhar e nem pode sair de seu país! Imagine que isto aconteça contigo, você tem dois filhos pequenos. Sua esposa e o mais novo morreram de subnutrição. O único que resta está para morrer. Você protestou. A rede de TV foi até o local e registrou tudo - alimentou sua esperança, afinal o mundo inteiro irá ver a sua história. Passa-se mais um tempo e nada acontece. Morre mais um filho. Puxa vida, todo mundo está sabendo e ninguém faz nada. O que você irá fazer? Simplesmente aguardar a morte? Provavelmente você irá perder a sua sanidade antes de tomar consciência. Você continuará sendo humilhado? Não mais! Você irá reagir e a reação extrema é justificável, afinal é a sua vida e a vida dos seus filhos que está em jogo! Quem têm filhos sabe que se algum deles precisar de um coração, você doa o seu. Você não liga se irá morrer ou não...! Então, se justifica sim. O que eu não concordo é que inocentes tenham que morrer. Isto eu também condeno. E é isto que eu queria dizer.
Observe que mesmo uma atitude considerada extremamente insana, como o Massacre de Columbine, tem que ser revista com outro olhar para não ser termos uma opinião injusta acerca do tema: Veja o filme 'KLASS' - que refaz o Massacre de Columbine focando os dois assassinos e entenda melhor o que eu digo.
Lembre-se que vivemos a sociedade do consumo, logo somos seduzidos pela aparência e jogados no hiper-realismo.
Agora, uma atitude pacífica não muda nada (Os EUA que o digam). É exatamente isto que eles querem 'Seres humanos domesticados e dóceis' que não reajam. Mas isto não quer dizer que uma atitude não pacífica seja necessariamente 'matar', mas sim bater de frente. Não aceitar acordos que não representem os interesses da maioria. E, se for o caso, você deve brigar com a faca entre os dentes sim.
Quanto a Veja, ela não respeita o principio da ética do jornalismo. É por isto que ela recebe tiros de todos os lados. Indiscutivelmente, ela manipula informações, logo, também opiniões. Ou seja, é uma revista perigosa... Você precisa de grau de discernimento muito elevado, assim como espírito totalmente crítico, para ler a Veja, senão toma tudo como verdade. E, já que é para ler uma mentira, para que, então, perder tempo?
Se o amigo leitor perceber bem, repare que há uma confusão na resposta que o meu colega me deu em relação ao conteúdo que eu compartilhei, provavelmente isto se deve à alguns conceitos pré-estabelecidos e pré-formados em relação à determinados assuntos que impossibilitam uma total compreensão de algo simples. No fim, ele acabar por confundir diferentes realidades e se pronunciar de uma maneira estranha e não muito coerente.
Primeira coisa a ser analisada, para mim a mais grave: a aproximação de um problema de um proveniente fato social( neste caso, o conflito Palestina x Israel) com a de outro fato social (quando ele diz sobre sua indignação de não ter uma rua asfalto, canalizando a sua raiva no prefeito da cidade de São Paulo, e sobre uma pessoa que lhe processou aparentemente de forma injusta). Vejam que os problemas são de origens diferentes, pertecem à locais diferentes e temáticas totalmente distintas, logo não pertecem ao mesmo universo de coisas, portanto são incompatíveis.
Esta confusão é criada, principalmente, porque a máquina cria uma realidade que mascara o que há por debaixo. A máquina condiciona ao dizer que sentimentos são sentimentos e ponto. Ou seja, há uma tentativa de racionalizar as emoções neste processo de mecanização do homem e fabricação do humandróide. Porém o sentimento de injustiça e indignação de um palestino, que tem que fazer mágica para sobreviver nas condições atuais na faixa de Gaza, é diferente do sentimento de injustiça e indignação de uma pessoa que não tem a rua de sua casa asfaltada. Logo, as reações também devem ser diferentes. Obviamente não devemos "matar" o prefeito nestas condições. Mas também está claro que não devemos simplesmente ignorar os fatos que levam uma pessoa a cometer atos de terrorismos, que geralmente tem uma razão de ser, ainda que eu não concorde, sob nenhuma hipótese, que um inocente deva morrer nestas atitudes.
O objetivo do primeiro trecho era apenas demonstrar que os palestinos foram provocados e injustiçados, e que isto provavelmente é motivo para um combate, um enfrentamento, visto que apenas levantar os cartazes não surtiram efeito, e os orgãos de defesa internacional têm sido omissos. Ou seja, não resta mais nenhuma alternativa. Logo eles ficarão sufocados e não mais suportarão esta situação, e, caso aconteça algum ato de terrorismo, a culpa será totalmente nossa, visto que não ouvimos o que eles tinham a dizer, e simplesmente viramos as costas à este golpe desumano que eles sofreram. Não cabe dizer que a raiva deles não justificam medida extremas, uma vez que a situação exige medidas extremas, e compará-la com coisas tão distantes quanto esta.
Quanto ao segundo trecho, creio que não preciso de mais nenhum comentário. Apesar de dizer que não acreditar em tudo que a revista publica, no fundo deve acreditar, pois como continuar a leitura de uma revista que não tem compromisso com a verdade? O material deve ser lido justamente por aqueles que tem competencia suficiente para contestar os artigos, senão a maioria acabará sendo seduzida pela espécie de jornalismo que eles praticam, quase sempre sensacionalista. E mesmo que existam bons colunistas, como fica a ética e a moral de um jornalista que se propõe a escrever para uma revista que não se importa com a veridicidade de seu conteúdo? É a máquina falando: "enriqueça e engane os outros".
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