Nesta semana iniciei os meus estudos sobre o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein através da disciplina "Seminários de Lógica" ministrada pelo Professor Marcelo Carvalho e, sentindo um enorme interesse por sua filosofia, pretendo discutir algumas coisas em relação a mesma.
Para isto inicio, neste momento, algumas reflexões livres a cerca de Wittgenstein com base no conteúdo que irei adquirindo ao longo dos próximos seis meses. É provável que a minha opinião seja mutável durante os textos que irei publicar, visto que ainda não me debrucei integralmente sobre os textos de Wittgenstein para adquirir maturidade o suficiente para tornar minhas idéias maduras e sólidas.
Como base tenho as aulas ministradas pelo Professor Marcelo, que é especialista em Wittgenstein além de ter um doutorado neste campo, o livro "Wittgenstein" da autoria do frânces "François Schmitz" (Coleção Figuras do Saber, editora Estação Liberdade) e do livro "Tractatus Logico-Philosophicus" do próprio Ludwig Wittgenstein (edição bilingue alemão-português, introdução de Bertrand Russel, editora Edusp), que é a obra que me interessa e que representa aquele que é conhecido como Wittgenstein I, visto que posteriormente ele escreveu textos que parecem ser refuções do próprio Tractatus, e nesta fase ele é conhecido como Wittgenstein II.
Wittgenstein teve uma vida curiosa e interessante, tanto que já escreveram romances envolvendo seu personagem e até mesmo peças de teatro. Vale saber que ele era herdeiro de uma das maiores fortunas da Austria e abriu mão de tudo - esta atitude, ao meu ver, se deu porque ele gostaria de construir o seu nome por si mesmo. Três de seus irmãos se suicidaram. Estudou engenharia, trabalhou como jardineiro, porteiro, foi para o exército, enfim, e viveu os ultimos anos em casa de amigos, sem ter, ao menos, uma residência fixa. Pensador perturbado e homossexual, morreu de câncer na próstata aos 62 anos de idade, no dia 29 de Abril de 1951.
Vale a pena dar uma conferida em sua vida, porém, como este não é o foco de minha discussão, neste momento não falarei mais do que isto. Talvez, a única coisa que vale a pena ser dita, é que ele foi aluno de Bertrand Russel, e depois teve uma relação estreita com o seu mentor, e que influenciou o chamado "Círculo de Viena". Também era contra a vida acadêmica e nem mesmo tinha certeza se gostaria de ser filósofo ou engenheiro.
O problema colocado por Wittgenstein é do campo da filosofia da linguagem e da lógica. Ele propõe que entre a linguagem que utilizamos e o mundo a qual vivemos existe algo que se relaciona entre estes dois extremos e que nos permite saber como a proposições podem ter sentido, ou seja, como podemos saber o que é verdadeiro e o que é falso.
Wittgenstein se inicia nesta empreitada justamente porque a gramática que aprendemos na escola é defeituosa e que nos permite construir coisas que parecem ter um sentido, mas não tem. Basicamente ele diz que todos os problemas filosóficos são colocados devido a uma má interpretação da lógica de nossa linguagem, e é isto que traz embaraço para a filosofia, pois há coisas que podem ser ditas claramente, porém há outras que não podemos falar. Enfim, Wittgenstein diz que o nosso pensamento é limitado e há coisas que não há como serem ditas, porém, por um má emprego da gramática a qual aprendemos, chegamos a entender que certas proposições são possíveis. Porém, as respostas excedem os limites do dizível.
É aí que ele levanta o seguinte ponto: deve haver alguma coisa que ligue a linguagem que utilizamos ao nosso mundo, e é preciso investigar isto mais de perto para resolvermos todos os problemas de origem filosófica.
Ele irá chegar que aquilo que há de comum entre a linguagem e o mundo é algo chamado por ele de "forma lógica", porém isto ficará para um próximo post, onde falarei mais sobre isto, além de exemplificar alguns problemas relacionados ao emprego da linguagem em questões metafísicas.
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