Hoje é dia de feira! Todas as vezes que eu preciso ir até a feira sinto um frênesi percorrendo no intímo de meu ser. Vocês já conseguiram sentir a magia que vaga livremente pelos arredores deste local? Quanta beleza há entre as barracas dos feirantes! Perceba quantas lições podem ser retiradas através do gingado entre consumidores e vendedores.
Logo na entrada encontramos de imediato as barracas de pastéis, de caldo-de-cana e água de côco. E não adianta tentar imitar, pastel de feira só na feira, e ponto!
Mais para frente estão os vendedores de bugigangas. Todos os consumidores percorrem a feira com sacolas de nylon - eita gente educada - e eu também quero estar na moda!
Então me aproximo de uma destas barracas e pergunto: "Quanto custa esta sacola?" e logo ele me responde "R$ 1,50 pra levar!". Pego dez sacolas pensando em deixar cinco no carro e cinco em casa.
Quando saio da parte das bugigangas e entro nas barracas de frutas surge um moço andando entre a multidão e anunciando: "Olha a Sacola de Nylon, R$ 1,00!". Pronto! Minha primeira compra e já me dei mal, isto que dá não saber negociar.
Nas barracas de frutas, eu experimento de tudo. As frutas são belas, bem cuidadas, e o preço é muito bom, comparando com os grandes supermercados e sacolões. Quando tenho alguma dúvida, pergunto para o vendedor: "Esta banana está boa para o consumo?" ele me responde "Só para terça-feira! Para consumir agora tem que ser esta aqui!" questiono "Mas não estraga logo não?" e, como um excelente profissional, ele diz "Se deixar embrulhada no jornal dura até quinta-feira!". Vá perguntar estas coisas no supermercado! A primeira coisa que lemos é: "Por favor, não deguste as frutas". Podia jurar que uma vez eu li "Por favor, não toque nas frutas". Quanto absurdo!
No fundo da feira, se encontra os feirantes de verduras. Existe um preço padrão descrito num papelão preso com prendedor em cima de um varal de roupas extendido sobre as verduras, porém tudo pode ser negociado na hora: "Quanto está este saco de legumes sortidos?" "É dois por R$ 5,00, meu jovem" "Pago três por R$ 4,00" "R$ 4,50 e já pode colocar na sacola." "Fechado!"
Enfim, o tratamento que você recebe na feira, a variedade, a qualidade dos produtos, o preço e a aproximidade que se dá com o ser humano, tão distante e tão vazia nos grandes centros, fazem da feira um espetáculo que não devemos deixar morrer.
Ir a feira também é combater a máquina. É equilibrar a balança e fazer justiça. Enquanto a maioria, principalmente os casais mais jovens, continuam comprando frutas e verduras em grandes mercados e enriquecendo ainda mais uma parcela específica da sociedade, os feirantes são pessoas como eu e você e que necessitam dos rendimentos da feira para poder sobreviver.
Não deixe de ir a feira! Além de consumir produtos de primeira qualidade, você estará contribuindo com o desemprego, além de se divertir bastante!
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