sexta-feira, 6 de junho de 2008

Post Nº 100

É isto aí, estimados amigos e leitores ocasionais! Chegamos ao post nº 100! A blogesfera está em festa, afinal, a muito custo, temos mais um blog estável na internet! E este é um motivo de orgulho, afinal este espaço não é - me desculpem a palavra - mais um canal de putaria, nem de notícias populares, nem especula sobre a vida das celebridades ou sobre o fim da novela. O conteúdo desta página é para quem procura ampliar o seu intelecto, de discutir uma idéia e de pensar a vida nos mais diversos ângulos possíveis.

Este é um post que eu queria fazer diferente para fugir um pouco do convencional. Sendo assim, resolvi fazer uma pequena entrevista comigo mesmo e expor algumas curiosidades. Espero que gostem!

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Como surgiu a idéia de fazer o blog?

Na verdade, esta não é a primeira vez que registro minhas idéias em um espaço na internet. Há cerca de nove anos atrás, quando tive meu primeiro contato com a web, a primeira coisa que me veio a mente foi "preciso colocar alguma coisa aí". Afinal, um leque de infinitas possibilidades permitia que estívessemos conectados ao restante do mundo. Portanto, ainda durante a minha adolescência, criei um site bem simples chamado "A Nova Sociedade dos Poetas-Mortos" que era uma espaço aberto dedicado a publicação de poemas de escritores amadores e independentes, que ficou hospedado no Geocities da Yahoo durante muitos anos. Foi uma experiência bastante interessante que permitiu discutir diversas idéias com pessoas bastante especiais. Chegamos a criar um grupo de discussão no "Meu Grupo" que tinha mais de 100 membros numa época em que a internet era privilégio de poucos. A inscrição neste grupo seria o equivalente ao assinar um feed de um site qualquer nos dias de hoje. Devido aos mecanismos de manutenção da época, o site ficou no ar por dois anos e depois foi descontinuado.

Depois de um tempo criei o Insanideliranoia, que é um espaço pessoal que armazenou todo o conteúdo que eu havia escrito para "A Nova Sociedade dos Poetas Mortos" e mais algumas novas coisas. Por estar hospedado em um servidor gratuito, também era de dificil manutenção e acabou por ser descontinuado.

Com o surgimento dos blogs e suas ferramentas de publicação, que era o sonho daqueles que queriam deixar o seu recado na web, mas não queria perder tempo aprendendo a desenvolver páginas em html complexas, a migração para este espaço ocorreu de forma natural. Ainda assim, demorou bastante para mim ingressar neste mundo, sendo que somente no ano passado eu me senti inspirado para começar a registrar as minhas impressões acerca das coisas.

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Do que trata este blog?

Embora este seja um espaço particular, onde em tese eu escreveria o que viesse a mente, este se tornou um espaço analítico por natureza. Geralmente (não sempre) acabo não comentando a respeito de notícias e atualidades, mas fazendo análises de obras de filosofia, literatura, algumas películas e desenvolvendo algumas idéias, alguns pontos-de-vista, alguns dos meus temores, aflições e outros monstros trancados dentro do armário.

Eu defino este blog como a busca incessante pela verdade, consciente que ela jamais será alcançada, ou como a contemplação do rídiculo da vida. Enfim, algo que mostre outras opções de realidade e que questione constantemente esta a qual vivemos.

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Por quê "VS O Pensamento Fabricado - A Batalha Final"?

Porque esta é minha luta. Esta muito evidente que grande parte das pessoas são imitações de outras. É assim que funciona no mundo das aparências, existe uma espécie de referencial - embora não possa ser encontrado - que dita as regras do jogo. É esta entidade que diz como devemos pensar, vestir, limita até onde podemos enxergar e outros demônios. Embora exista uma sensação de liberdade, esta liberdade é restrita: você é obrigado a escolher um número definido de possibilidades limitadas por seu ambiente social. Então é importante que reconheçamos os nossos limites, justamente para que se respeite o espaço do nosso próximo e que não haja uma invasão. Esta entidade referencial desconhecida é o que venho desenvolvendo através do termo máquina.

Quando escrevo, tenho a intenção de tentar desmascarar um pouco desta falsa realidade que as pessoas vivem, pois a grande massa pensa com pensamentos que não são o delas, mas que ela viu em algum lugar e o aceitou prontamente como verdade sem ao menos questionar ou procurar outras opiniões. Isto é o que chamo de pensamento fabricado.

É preciso coletar informações e a partir daí extrair um conhecimento preciso. Devemos conhecer os fatos dos mais diversos ângulos e raciocinar em cima deles, além de formular opiniões.

Quando digo "A Batalha Final" é uma maneira de exprimir que existe uma certa inquietude e desespero em fazer com que as pessoas acordem de seus estados de zumbis e comecem a pensar suas próprias idéias. Que passem a existir para elas, e não para o sistema.

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Quem é o teu público?

O público-base do blog é composto por estudantes e pesquisadores de filosofia, sociologia e pedagogia, que chegam na página através de mecanismos de pesquisas, principalmente pelo Google. Infelizmente o público-base não é um público fiel. Mais de 80% dos usuários visitaram o blog uma única vez, além disto a lista dos assinantes do feed é muito pequena. Acredito que isto ocorre porque o conteúdo mais visualizado é o conteúdo voltado para o mundo acadêmico. Por exemplo, um estudante precisa fazer um trabalho sobre Sócrates e em sua pesquisa acaba no blog, porém, ela não volta mais porque aquele era o único assunto que lhe importava.

Espero que num futuro não muito distante, as pessoas possam se interessar em acompanhar frequentemente o blog, que trata de assuntos bem interessantes, e que também possam acompanhar o desenvolvimento de minhas próprias idéias, para me indagar, me criticar e me auxiliar a construir um argumento coerente e convincente.

Quanto ao público fiel, são pessoas que estão interessadas pela construção de um pensamento, pelo comentário a respeito de uma obra, por uma resenha, enfim, um pessoal mais culto que busca o enriquecimento cultural, além de utilizar das minhas pesquisas para contruibuir com as suas, muitas vezes negando o que tenho dito, outras vezes reformulando algumas coisas. É um público interessante, especial e que sinto um enorme carinho. Outras vezes este público é composto por pessoas que me conhecem ou me conheceram no mundo externo e que tem a curiosidade de saber o que eu penso.

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O que mais lhe deixa frustrado no blog?

Ninguém comenta os posts! Ainda não consigo entender bem este fenômeno, pois o conteúdo do blog é orientado ao pensamento, ora polêmico, ora metafísico, e que de certa maneira atinge o leitor que já vem com sua própria bagagem e sua própria visão. Todas as vezes que recebo um comentário, comemoro bastante, pois me ajuda a identificar bastante o tipo de público que frequenta os posts, o que ele gostaria de ver, e o que está bom e o que não está.

Além disto, o número de visitas continua baixo quando comparado à um site de entretenimento, curiosidades, esportes e pornografia. É incrível como a nossa população realmente não se importa com coisas caras e essênciais para o ser. Como o objeto acaba por ter mais valor que o sujeito. Isto ainda me entristece bastante, pois gostaria que fosse um pouco diferente. Mesmo porque acredito que com tantas pessoas distraídas com as futilidades do mundo, mais e mais seremos enganados e menos reagiremos. É a domesticação do homem, como diria Foucault, que impede que ele proteste e se alarme, de tal maneira que ela fica indiferente as coisas que acontece.

Acredito, porém, que mais tempo ou menos tempo as pessoas acordarão deste profundo sonho do irreal, e começarão a ver que o mundo não acontece numa novela ou num campo de futebol. O mundo acontece fora da sala de jantar.

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Qual é a tua motivação para escrever os posts?

A motivação pode surgir a qualquer hora e em qualquer lugar. Não se precisa ser um acontecimento de proporções astronômicas, mas algo bem sútil. A motivação pode surgir numa conversa social, ao assistir um filme, ao ler um poema, ao andar pelas ruas, ao acordar simplesmente angústiado entre outras coisas.

Por exemplo, houve uma vez que um colega de trabalho, ao ver uma série de livros em meu ambiente, questionou: "Para quê tudo isto? Vá viver a vida!". Isto gerou uma reflexão profunda em meu interior e fez com que escrevesse este post. Outra vez assisti ao filme "As Horas" e, tocado pela mensagem, escrevi este artigo. Li o livro "O Estrangeiro" e não pude deixar de registra as minhas impressões neste post.

Enfim, diversas situações me inspiram a escrever.

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O que vem pela frente?

O blog entrará numa fase existencialista. Abordaremos não somente a filosofia existencialista, mas também todo o movimento existencialista, passando pela literatura e pelo cinema. O existencialismo já foi abordado outras vezes neste espaço, porém daremos um pouco mais de ênfase neste assunto. Paralelamente teremos mais alguma coisa de Wittgenstein e concluiremos o trabalho iniciado com o livro "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire.

Como não poderia deixar de ser, teremos mais Jean Baudrillard, principalmente no que se refere ao texto "Simulacros e Simulações", além da conclusão da tradução do Wikipedia em inglês. Também pretendo abrir o blog específico de Baudrillard (http://jbaudrillard.blogspot.com) para outros estudiosos do filósofo francês, de forma que eles também possam publicar os seus estudos. Tudo vai depender da boa aceitação do blog, que ainda é embrionário e não tem público.
Por fim, assim que o blog completar um ano, teremos novidades. A idéia é ter, ao menos, dez colunas constantes com periodicidade fixa. Outro projeto será integrar, com maior afinco, uma relação com outros blogs relacionados, seja entrevistando outros blogueiros, públicando partes do conteúdo em nesta página, comentando os seus pensamentos, enfim, estabelecendo parcerias de desenvolvimento intelectual e cultural.

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Para finalizar, deixe uma mensagem para os teus leitores.

Muito obrigado a todos que acessaram este blog, que absorveram o conteúdo, que comentaram os posts, que divulgaram o endereço para outras pessoas, que buscaram um conhecimento e que aprimoraram o seu senso-crítico.

Espero que vocês tenham se divertido o tanto quanto eu me diverti até agora. Que o nosso pessimismo e nossas preocupações se convertam em possibilidades de mudar o mundo.

Agradeço também aos amigos Eduardo Patriota, do blog Duduziuz, e Fernando Botelho, do blog Capitulo 2, que sempre foram meus fiéis leitores. Através de suas criticas, elogios e sugestões foi possível construir um blog consistente com informações interessantes e diferentes ao senso comum.

Portanto, que venha o post número 500!

2 comentários:

  1. Não é fácil manter um bom trabalho sem críticas. No nosso caso, não é fácil manter um blog com bom conteúdo sem comentários para sabermos se alguém concorda, discorda ou gostaria de saber mais sobre nossas idéias.

    Enfim, o mérito é todo seu por ter chegado a essa marca!

    Parabéns!

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