segunda-feira, 23 de junho de 2008

Uma Imagem: O Deus-Dinheiro

Conseguimos, finalmente, um retrato vivo de uma das diversas facetas da máquina com seus modelos geradores de hiper-realidade (Se você não sabe o que significa o conceito de máquina para os meus posts, basicamente podemos resumir como a grande entidade controladora de todo o sistema a qual estamos condenados. Para saber mais, clique aqui):



Consigo entender porque tantas pessoas esvaziam os seus bolsos na igreja. Afinal, a igreja é um simulador de ultima geração de modelos de família, felicidade, conforto, amizade, confraternização, apego, esperança, salvação e o maldito perdão. Porque temos que errar? Porque não podemos ser perfeitos? É errado pensar que todas as vezes que cometermos um erro, basta se arrepender para que uma entidade superior a nós mesmos nos perdoe. Sim, após perdoados estamos livres para errarmos de novo. Assim basta pedir perdão novamente. E assim o ciclo caminha infinitamente. É interessante que continuemos errando, pois o perdão e a redenção são muito lucrativos para a máquina.

Enquanto você estiver andando torto no fio-da-vida, a igreja sempre estará disponível para lhe atender - lhe salvar - e assim temos um clube em ascensão de "fiéis" (uma pessoa fiel à igreja também é fiel ao erro). A igreja lhe impõe tantas regras, que dificilmente você não deixará de cumprir alguma. Quando isto acontecer, lá vai você para a igreja novamente "comprar" o teu perdão.

Este "perdão" é dado por uma entidade que não há como provar a real existência a não pelo artifício da crença. Porém o teu erro é real e provavelmente ele magoou alguém. É mais fácil pedir perdão para alguém que não irá lhe repreender do que encarar os fatos. Este é um alívio muito grande e a porta dos pecados pode continuar aberto.

Porém saiba que não há como apagar o passado. O que está feito está feito. Por mais que a(s) pessoa(s) que você atingiu lhe perdoem, algum resquício ainda fica. Deixe lhes contar uma história, através de uma pequena experiência, que um dia eu ouvi de outro alguém:

Pegue um papel liso, como uma folha sulfite. Este papel representa a pessoa que você mais gosta. Agora pegue o papel e amasse bastante, como uma "bola-de-papel". Este gesto representa o seu erro e a forma como a pessoa foi atingida. Desamasse a "bola-de-papel" e tente deixar-la lisa novamente. Isto representa o perdão. De alguma maneira, a pessoa fica marcada para sempre e não há mais nada que você possa fazer.

Por isto é importante fugir destas instituições de fé e que você viva cada dia intensamente, que o teu encontro seja consigo mesmo, pois a vida existe aqui, isto é um fato. Pode ser que exista também no além-mundo, mas isto é apenas uma hipótese que não deve ser considerada agora. Se houver outra vida, vamos viver ela quando chegar o tempo certo. O que importa, neste momento, é esta aqui que vivemos.

O mundo está cada vez mais enfraquecido. É preciso, então, que cada pessoa se conscientize de seu lugar no mundo, assim como se responsabilizar pelas suas atitudes diante do mundo, seja para o bem ou seja para o mal.

Sabendo disto, não dá mais para ficar enriquecendo este sistema corrupto e sujo que é a igreja. Se você acredita na existência do divino e nas obras do mesmo, que o cultue dentro de sua residência, em silêncio, respeitando assim os seus vizinhos, colegas, amigos e entes queridos. Deus não precisa de obreiros e pessoas que evangelize a sua mensagem, afinal ele é Deus e não depende de nós. Se você precisa dele, converse com ele a sós. Não precisa gritar por sua clemência e nem precisa colocar um caminhão de som no meio da rua, pois Deus não é surdo. Não precisa demonstrar sua religiosidade para o mundo inteiro, pois Deus, ao que me consta, sabe de todas as coisas.

Eu mesmo não sou ateu. Sou agnóstico e tenho Deus como possibilidade. Porém tenho certeza que este Deus-feito-a-mão que tanto se fala na igreja não existe. Sua existência seria mais absurda do que a própria vida. Não faz sentido que ele exista nestes moldes, pois de alguma forma teríamos que admitir que ele erra constantemente, além de nos ter abandonado para viver no livre-arbítrio (cônscio que somos suscetíveis ao erro constante e que aqueles que pagam o pato são sempre os inocentes). Isto sempre será negado pelas igrejas.

Esta espécie de Deus é o Deus-Dinheiro, atributo da máquina e movimentadora de capital. Para entender melhor, basta substituir a palavra "Máquina" por "Deus" (e/ou vice-versa) e teremos o mesmo objeto que venho criticando desde o início deste blog.

Para finalizar, uma crítica em forma de imagem que utiliza um excelente slogan para a máquina:

3 comentários:

  1. This blog could be more exciting if you can create another topic that everyone can relate on.

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  2. Concordo. Ninguém precisa de religião para atingir seu deus. Isso só alimenta todo um sistema podre e corrupto que tira dos pobres para dar aos ricos. Lá de cima, a elite olha para os fiéis desesperados para entrar no céu, ri e debocha: "Otários...". Não sei o que me causa mais injúria: os subterfúgios das elites ou a ingenuidade das massas....

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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