Este artigo faz parte de uma série que visa analisar a obra Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski. Para conhecer todos os outros textos que já foram públicados sobre este assunto neste blog, clique aqui.
Porque Crime e Castigo é considerado um dos grandes romances de todos os tempos? Porque Fiódor Dostoiévski é considerado, ao lado de Leon Tolstói, ícones da literatura russa? Porque em tantos ensaios críticos e filosóficos eu encontro tantas referências a este texto?
Motivado, sobretudo, por estas questões resolvi me aventurar pelo mundo dostoievskiano em buscas de respostas e também para saciar a minha curiosidade. E eis o veridito: sim, estamos diante de um dos mais profundos livros desde quando surgiu o primeiro contador de histórias no mundo.
Em Crime e Castigo, Dostoiévski cria uma variedade de personagens psicologicamente tão complexos, que precisaria de diversos textos maiores que o próprio livro para analisar todas as possibilidades presentes em cada elemento encontrado.
O livro não é enigmático. Nem temos tantas surpresas assim. O que lhe faz grande é o conflito individual que observamos em cada uma das vidas apresentadas a nós. Seu conteúdo é absolutamente existencialista: são as regras desconhecidas do universo que orientam as ações das personagens, sendo assim somos espectadores das angústias, sofrimentos, sonhos e paixões de homens e mulheres que querem, acima de tudo, encontrar o sentido para sua própria existência.
A ação se passa em São Petesburgo. Raskólnikov é um jovem ex-estudante, inteligente e sagaz, porém vive em condições de extrema miséria. Visando praticar um bem ao mundo, comete um crime baseado em uma teoria formulada por si (tema de outro tópico) para justificar atrocidades em pró de algo maior. A partir daí, uma série de histórias paralelas que cruzam com o enredo principal são desenvolvidas, tendo em foco sempre a batalha do homem com seus próprios demônios. Neste contexto, é a busca individual de um sentido sem sentido.
Portanto, este singelo trabalho irá procurar analisar individualmente os principais personagens, seus feitos e seus temores. De forma alguma pode substituir a leitura deste grande clássico, afinal esta é apenas uma leitura de tantas possíveis. Sendo assim, espero contribuir, encarecidamente, com o estudo da obra nos próximos artigos.
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