Sem saber assisti a 100ª apresentação deste memorável espetáculo. Resenhar sobre qualquer peça é uma tarefa ingrata, pois a experiência ocorre de forma sensorial e ao vivo - característica única que diferencia o teatro de outras maneiras de se contar uma história.
Pior ainda, como falar de uma peça cuja maior atração está na performance de seus atores? Simplesmente impossível. Só posso citar que ao sair do teatro minhas bochechas estavam doendo. Ri como há muito não ria.
Aqueles que acompanham o blog sabe que geralmente meus posts são críticos, muitas vezes com um teor pessimista. Estes caras dissiparam todas as nuvens que permeiam mentes obscuras. Estou certo que se eles conseguissem voltar no tempo, fariam tanto Nieztche quanto Schopenhauer colocar as tripas para fora de tanto gargalharem (alguém coonsegue imaginar esta cena? Só indo à peça mesmo!).
Os responsáveis por fazer Luis XV esboçar um sorriso são os meninos do grupo G7 - que na verdade são quatro (só não lhes perguntem o por que, pois eles não irão responder - conforme descrito no blog do grupo). O nome dos criminosos por interferirem na ordem pública: Benetti Mendes, Felipe Glacindo, Frederico Braga e Rodolfo Cordón.
A história, através de muita irônia e cenas inapagáveis, tem pitadas de crítica social e política, além de improvisar com assuntos da atualidade - como o caso do cartão vermelho apresentado por Eduardo Suplicy no senado. Através de uma imensa bandeira do Brasil estendida como fundo de palco, somos apresentados à trajetória de José Brasil e o misticismo envolvido com a vontade de ingressar numa carreira pública, que oferece trabalho fácil, estável e bem remunerado.
Na contramão do sonho americano, temos aí o sonho brasileiro. João Brasil representa uma legião imensa de nossa população. A história envolve desde a espectativa e frustração dos familiares, a preparação que antecede a prova, a tensão gerada mediante o gabarito, os processos seletivos posteriores e, definitivamente, o ingresso numa carreira pública.
Neste clima, o grupo nos oferece uma série de dicas divertidas para cada uma das situações. Por exemplo: durante a prova, na dúvida selecione a opção correta. Entretanto, como dito anteriormente, é a performance destes magos do palco que faz as risadas ecoarem por toda a plateia.
Ainda há uma interação moderada com o público, o que assusta certos grupos, porém eu garanto que você fica tão descontraído no decorrer da peça que nem se importa de participar das brincadeiras do G7.
Por fim, o grupo mantém um blog constantemente e mantém uma boa proximidade com o seu público. No término da peça eles ficam na saída para agradecer e receber os elogios dos apreciadores, além de tirar fotos e conversar um pouco. Isto é fator determinante para conquistar a simpatia das pessoas: carisma.
Aproveito o espaço para elogiar também o Teatro Gazeta em SP, que além de oferecer um ótimo atendimento nas bilheterias, possui um excelente espaço interno, com ótima visibilidade e poltronas confortáveis. Foi uma grata surpresa, uma vez que não conhecia o local.
O espetáculo já passou por Brasilía, Rio de Janeiro e São Paulo (ficará até o final deste mês). Acompanhe a agenda do grupo para saber se eles estarão em sua cidade e quando isto acontecer, simplesmente não percam, pois a diversão é garantida (assim como as bochechas doloridas).
Aquele desejo de entrar, só para depois querer sair.rs
ResponderExcluirEvandro,espero sua visita no meu blog e nosso diálogo sobre os complexos de donnie.abraço.
Evandro Venancio... Bem que me lembrei desse nome.
ResponderExcluirLembro de ti da antiga Sociedade dos Poetas Mortos, época na qual trocávamos poesia com uma porção de gente perdida no/do mundo.
Estava eu pesquisando sobre um filme e acabei encontrando sua crítica.
Muito bom saber que você ainda escreve.
Abraço.
Olá V_Leal,
ResponderExcluirJá havia visitado o seu blog na primeira ocasião - afinal tenho curiosidade por saber quem são aqueles que passam por este blog.
Deixei registrado um comentário simples, mas prometo que voltarei numa outra ocasião para apreciar melhor o conteúdo.
O Donnie Darko terá que esperar mais um pouco, pois estou com outros projetos pessoais que reduzem em muito o tempo livre disponível (basta ver como caiu a quantidade de posts que eu publico nos últimos tempos).
Gostei do que você escreveu sobre "As Horas", eu também tenho um artigo relacionado com a fenomenologia - se for conveniente, dê uma olhada.
Abraços!
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Marcello Kell7! Como vai?
Sou eu mesmo! Bons tempos aqueles, onde a internet começava a se popularizar e não havia ferramentas como os blogues de hoje!
Mesmo na web o mundo continua pequeno...! Já recebi uma visita sua neste blogue um tempo atrás - acho que um comentário no filme Klass.
Fico feliz de te encontrar neste espaço! Veja que o tempo passa e certas coisas continuam parecidas. E que assim seja sempre!
Abraços!