Em Janeiro deste ano, nas prateleiras da Livraria Cultura, um livro me chamou demasiadamente a atenção. Seu título: Deus Não Está Morto - Evidências Científicas da Existência Divina de Amit Goswami. Peguei o livro, dei uma folheada e vi que continha diversos assuntos do outro mundo, além de subtítulos que proporcionavam a execução de uma experiência que comprovasse o assunto redigido.
Eu, que sou agnóstico confesso, senti uma forte curiosidade de conferir o texto e acabei por adquirir o livro. Embora não seja longo, terminei de lê-lo não faz 15 dias e apresento aqui as minhas impressões. De pronto, posso lhes afirmar que não mudei a minha opinião e que continuo tão agnóstico como antes pelo mesmo motivo: falta de convencimento.
Neste livro de evidências cientificas da existência divina, a física quântica é a ciência utilizada para provar Deus como entidade viva e atuante. Se você entende alguma coisa desta nova ciência - ou pretende entender - sabe que a física quântica, até o presente momento, tem se mostrado a prova de erros. Ninguém consegue contestar os resultados obtidos através desta física para os problemas que outras ciências não conseguiram resolver. Porém o que não é consenso é a interpretação desta nova física (ver problema da medição e sua relação com a não-localidade e causalidade).
Amit Goswami já tinha aparecido anteriormente no interessante filme-documentário intitulado "Quem Somos Nós?", que introduzia público à física quântica (conhecida também como mecânica quântica), a chamada nova ciência que está aí para resolver problemas até então insolúveis, visto que atua nos níveis subatômicos e microscópicos. A física quântica não trabalha o objeto concreto, mas com as probabilidades (possibilidades) que podem se concretizar. Uma das muitas interpretações diz que a o colapso é causado através de uma função de onda sob a consciência de um observador.
Porém esta é somente uma teoria especulativa que tenta resolver o paradoxo chamado Amigo de Wigner, proposto pelo físico hungáro, nobel em 1963, Eugene Paul Wigner, que abre uma discussão para o problema de relacionamento entre mente e corpo através da interpretação de Copenhague da física quântica.
Complicado de entender até agora? Pois é, o livro discorre por uma série de teorias sob uma linguagem de domínio difícil de compreender para quem não é da área. Mesmo o autor tomando cuidado para tentar explicar conceitos mais básicos, senti uma dificuldade enorme para acompanhar o seu raciocínio, mesmo tendo parado para pesquisar alguns termos e enunciados por diversas vezes. Em certos momentos passei até mesmo a acreditar que o autor não estava tentando provar alguma coisa, mas sim persuadir os seus leitores do que aquilo que ele estava apresentando era uma prova irrefutável da hipótese de Deus.
Porém como não sou físico, não posso simplesmente dizer que o conteúdo é mentiroso, tão pouco posso também afirmar que ali temos uma verdade. Como agnóstico sempre afirmei que a minha crença é a dúvida, posso dizer que sou mais agnóstico do que antes, pois ganhei mais pontos de interrogação do que tinha antes de iniciar a leitura.
Além disso, o autor se baseia numa teoria que não é a única interpretação possível para aquilo que é apresentado como solução final. No fim, para aceitar as evidências cientificas propostas também precisaremos valer-se da fé. Se você acreditar nos pressupostos e nos postulados do autor, provavelmente se convencerá do que aquilo que ele diz se trata de uma verdade absoluta, afinal o caminho que Amit Goswami é válido e se apresenta como mais um caminho possível para se seguir.
Deus Não Está Morto - Evidências Científicas da Existência Divina
Amit Goswami
Editora Aleph
1ª edição - 2008 - 306 páginas
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