segunda-feira, 17 de maio de 2010
Piratas do Vale do Silício
Será que você consegue imaginar um mundo sem celulares, computadores e MP3? Talvez até consiga, visto que tudo isto ainda é muito novo e a maioria os adultos de hoje nasceram num tempo onde o que temos em abundância em qualquer lugar era algo raríssimo de vermos antes dos anos 90.
Porém estou certo que esta visão tende a desaparecer ao longo dos anos. Quando o habitante mais velho de nosso planeta tiver nascido no ano de 2000, o século XX será vislumbrado somente nos livros e nos cinemas e não fará mais parte da memória de nenhum cidadão vivo.
Muito embora eu sinta saudade da época em que esperávamos em fila, com um punhado de fichas na mão, a oportunidade de utilizar um orelhão da CTBC para fazer uma ligação e também sinta saudade da época em que ainda envíamos cartas manuscritas para nossos parentes e amigos, é inegável que a revolução tecnológica colocou nossas vidas do avesso.
Entre pontos negativos e positivos, não podemos deixar de destacar a fundamental importância na inclusão de um apetrecho que passaria a fazer parte na vida de qualquer pessoa: o PC (Personal Computer, ou Computador Pessoal). Hoje o computador pessoal é acessível para as diferentes classes. Podemos, inclusive, encontrar em diversas famílias não só um PC, mas também notebooks e netbooks para exemplares diferentes da sociedade.
Em grande, muito da popularização do PC é graças aos esforços de duas empresas de tecnologia: a Apple (conhecida pelo iPod e pelo iPhone) e a Microsoft (conhecida pelo Windows e pelo Office). Conhecer o início destas duas empresas e, principalmente, como surgiu a ideia por trás de seus fundadores (Steve Jobs e Bill Gates) é realmente um grande capítulo a ser incluido nos livros de história vindouros: traição, plágio, intrigas, persuassão e conflitos são os ingredientes que fizeram estas duas empresas decolarem para níveis estratoféricos.
Piratas do Vale do Silício é um filme que retrata bem a ascensão do império destes dois gigantes no mundo virtual. Nele observamos um jovem e ambicioso Bill Gates, calouro na Universidade de Harvard, junto com o seu colega Paul Allen desenvolverem uma linguagem chamada "Basic" para os primeiros computadores pessoais conhecidos como Altair 8800.
Paralelamente observamos um jovem hippie e temperamental chamado Steve Jobs, juntamente com seu colega Steve Wozniak, que havia iniciado o projeto Apple I na Universidade de Berkeley, largarem tudo para fundar uma empresa na garagem de Jobs chamada Apple. Algo interessante é que Wozniak na época trabalhava para a HP que, por contrato, exigia que seus funcionários apresentassem todas as ideias para si. Entretanto, quando Wozniak apresentou o seu Apple I, eis a resposta do executivo da HP: "Meu filho, quem é que vai querer um computador dentro de sua casa?". Me pergunto como será que estes executivos conseguiram curar a dor de cabeça que surgiu posteriormente ao sucesso da Apple.
Outro ponto de destaque é o marco onde a Microsoft deixa de ser uma empresa pequena para tornar-se uma empresa multimilionária: quando o Sr. Gates vende um sistema operacional (o DOS) que ele não tinha a IBM e ainda mantém no contrato que o sistema continua sendo propriedade da Microsoft, que poderia vender o sistema para quem quisesse. A IBM aceitou o contrato, e como não tinham nada, Bill Gates e companhia correram até um conhecido e compraram este sistema operacional por apenas U$ 50.000,00. Ou seja, Bill Gates não tinha nada e ficou rico sem criar nada!
Mas o mais interessante mesmo são os cruzamentos entre Steve Jobs, que se considerava intocável e tinha uma série de problemas pessoais, e Bill Gates, uma víbora persuassiva. Enquanto Jobs copiou a interface gráfica e a utilização do mouse de um projeto da Xerox, a Microsoft copiou a interface gráfica e o mouse da Apple traindo a confiança de Jobs para sempre.
Porém, em nome dos negócios, alianças são feitas e desfeitas numa grande disputas pela maior fatia do mercado. Enfim, é um filme bem bacana que além de mostrar o início de tudo, mostra também característica pessoais natas que viriam a transformar estas personagens em celebridades do mundo corporativo.
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"Meu filho, quem é que vai querer um computador dentro de sua casa?".
ResponderExcluirE olha que Julio Verne já meio que profetizara atitudes como essa. Em 'A Volta ao Mundo em 80 Dias'. Um dos cientistas, diz que já tinham inventado tudo. Que não havia mais o que inventarem.
Me motivou a ver o filme.