sábado, 6 de agosto de 2011

O Clone de Cristo II: Nascimento de Uma Era


O primeiro volume da trilogia foi muito bom, logo decidi continuar a leitura através do volume seguinte para conferir o andamento da história.

Creio que este livro pode ser dividido em três partes: 1) As tragédias que devastaram o planeta Terra através da colisão dos asteroides; 2) A ascensão de Christopher na ONU; 3) A revelação de quem é Christopher.

A nota para ambas as fases, na sequência: Péssima, Excelente e Regular.

Se você não quiser ler spoilers, peço para que pare imediatamente, pois relevarei detalhes importantes da trama.

Uma das coisas mais apaixonantes da literatura é a capacidade quem ela tem de estimular a imaginação dos leitores. Um bom autor, além de contar uma boa história, é aquele que sabe como conduzir a sua narrativa de modo que o leitor sinta imerso nas páginas que se seguem.

Na primeira parte do volume fico com a sensação de que James BeauSeigneur não soube explorar este recurso. Muito pelo contrário, ele acaba sendo preciso demais em suas informações - de modo que o leitor não é instigado a estabelecer o pano de fundo através de sua imaginação. Diante de uma série de tragédias anunciadas, a narrativa traçar detalhes desnecessários, como milissegundos de aproximação do asteroide, circunferências milimétricas, aceleração e outras coisas que só fazem sentido para o leitor especializado nestes assuntos, que não é o público alvo deste tipo de publicação.

Para corroborar minha afirmativa, segue um trecho do livro:

Cento e sessenta quilômetros ao sul de Fort McPherson, a uma latitude norte de sessenta e seis graus, o asteroide começou a entrar na escuridão. Sessenta e seis segundos mais tarde, a mil novecentos e trinta quilômetros ao sul de onde Fort McPherson havia estado, o asteroide passou a uma atitude de 30,3km, bem a oeste de Edmonton (...) – Pg 80 – Editora Novo Século – 2º Edição

Isto faz com a leitura seja cansativa e maçante, trazendo detalhes que em nada contribuem com a experiência do leitor. Não posso afirmar que é este o caso, mas a impressão é que o autor apenas quis aumentar o volume com páginas adicionais, sem a pretensão de trazer qualidade.

Felizmente a coisa melhora bastante na segunda parte do livro, quando as atenções voltam para Decker e Christopher, que voltam ao papel de protagonistas do enredo. Neste momento há uma retomada a forma como o primeiro volume da trilogia foi conduzido.

Nesta parte, Christopher, cônscio do seu papel de Salvador, começa a mostrar o seu poder como curandeiro mediante o público, graças às inúmeras pragas causadas por João e Cohen, confirmando os acontecimentos proféticos descritos no livro do Apocalipse.

Paralelamente, com as sucessivas curas, Christopher é apoiado e incentivado a ocupar o cargo mais alto na ONU. Entretanto, no dia da cerimônia de posse, ele é assassinado por um antigo amigo de Decker.

Após esta trama, começa aquilo que eu classifiquei como a terceira parte: Christopher ressuscita numa cerimônia publica. Durante a sua morte, muitas coisas são respondidas e finalmente ele revela quem é para Decker. De certa maneira, ele assume sua identidade de anticristo, entretanto afirma que a classificação é errônea, visto que ele é bom e as duas testemunhas, assim como o próprio Deus, são os vilões da história.

Deus seria uma entidade de outro planeta que resolveu se refugiar na Terra para que ele fosse amado pela sociedade, numa atitude egoísta e mesquinha. Cabia a Christopher, neste momento, acabar com a farsa e livra a humanidade de dogmas e falsos credos.

Entretanto fica cada mais evidente que o plano do autor é justamente testar o quão persuasivo pode ser um discurso bem estruturado, pois embora eu só irei ter a certeza no próximo volume, tenho a impressão que a ideia do autor é revelar realmente a identidade de Christopher como o anticristo maligno descrito na Bíblia, que tem uma retórica tão desenvolvida que acaba por enganar nós, pobres leitores que apenas procuramos uma boa história.

Ao colocar os malvados como mocinhos, o autor acaba por dar um nó em nossa mente e nos alertar contra a retórica alheia, visto que, em tese, para aqueles que creem, será com um discurso ainda superior que o anticristo se aproximará da humanidade.

Obviamente minha conclusão é precipitada, pois ainda não li o terceiro volume. Baseio-me somente por aquilo que li até o momento. Talvez esteja enganado. Você que leu o livro, por favor, não me conte ainda se minhas suspeitas são validas. Se você parou no mesmo volume que eu, talvez compartilhe de minhas ideias.

No próximo volume vamos saber realmente o que o autor reserva para nós. Espero que ele drible o meu raciocínio e se torne imprevisível, fazendo com que eu retire tudo o que disse nestes últimos parágrafos. Até lá!

Um comentário:

  1. Estou quase terminando o livro 2 e sempre li este livro com os 2 pés atrás pq não conseguia decifrar quem é o Christopher realmente e agora ele está se revelando, parecia do bem mas é falso. Bem q, do jeito q foi clonado, não prometia ser algo bom. Raiva da história q ele ta contando pro Decker da origem de Deus. Espero um final legal pra tudo isso.

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