Continuação da tradução do conteúdo do verbete "Jean Baudrillard" em inglês do wikipedia.
Jean Baudrillard foi um critíco e teórico social conhecido, principalmente, por suas análises de modos de mediação e de comunicação tecnológica. Ele escreveu, embora sempre interessado na maneira em que o progresso tecnológico afeta o meio social, sobre diversos assuntos - consumismo, compreensão social da história e comentários jornalísticos sobre AIDS, clonagem, o caso Rushdie, a primeira guerra do Golfo e os ataques ao World Trade Center em Nova Iorque.
Toda sua obra emerge como parte de uma geração de pensadores franceses como Gilles Deleuze, Jean-Francois Lyotard, Michel Foucault, Jacques Derrida e Jacques Lacan, a qual todos compartilharam interesses em semiótica. Baudrillard também é visto frequentemente como parte da escola filosófica do pós-estruturalismo. Como muitos pós-estruturalistas, seus argumentos baseiam-se na noção que significação e significado somente são entendíveis nos termos de como palavras particulares ou signos se interrelacionam. Baudrillard argumenta que o significado se dá através de sistemas de signos trabalhando em conjunto. Seguindo o linguísta estruturalista Ferdinand de Saussure, Baudrillard argumenta que o significado é baseado numa ausência (então "cachorro" significa "cachorro" não porque a palavra o diz, mas porque ela não quer dizer "gato", "cabra", "árvore", etc). De fato, ele visualiza o significado próximo do seu auto-referencial: objetos, imagens de objetos, palavras e signos são situadas numa rede de significados; o significado de um objeto somente é entendível através de suas relações com outros objetos.
Deste ponto de partida, Baudrillard constrói amplas teorias sobre como a sociedade humana baseia-se neste tipo de auto-referencialidade. Suas imagens de sociedade retratam sociedades sempre procurando por um senso de significado - ou uma "total" compreensão do mundo - que permanece constantemente evasiva. Em contraste com pós-estruturalistas como Foucault, a qual acreditava que a busca pelo conhecimento sempre cria uma relação de poder e dominação, Baudrillard desenvolve teorias a qual o excessivo, a infrutífera busca pelo total conhecimento, quase sempre, inevitalvemente, levam para uma espécie de ilusão. Na visão de Baudrillard, o sujeito (homem) pode tentar entender o objeto (não-homem), mas como o objeto somente pode ser entendido de acordo com o que ele significa (e porque o processo de significação imediatamente envolve uma teia de outros signos a qual ele é distinguível) isto nunca produzirá o resultado desejado. O sujeito, no entanto, é seduzido (em latim, longe de conduzir) pelo objeto.
Ele concluira, em suas ultimas análises, que um completo entendimento das minúcias da vida humana é impossível, e quando pessoas são seduzidas para pensar de outra maneira, elas caminham para criar uma versão "simulada" da realidade, ou, utilizando um dos seus próprios termos, um estado de "hiper-realidade". Isto não quer dizer que o mundo torna-se irreal, mas, compreensivelmente, sociedades começam a associar uma realidade junto com uma imagem supostamente coerente, porém mais insegura e instável, o que torna as sociedades mais temerosas e amedrontadas. A realidade, desta maneira, acaba por falecer para nunca mais retornar.
Consequentemente, Baudrillard argumenta que no fim do século XX, o excesso de signos e de signicados na sociedade "global" tem mascarado a realidade. Neste mundo, utopias liberais ou Marxistas estão muito distantes de serem acreditadas. Nós vivemos, conforme ele diz, não em uma "vila global" (utilizando uma frase de Marshall McLuhan), mas num mundo que fica cada vez mais petrificado com o menor dos acontencimentos. Porque o mundo globalizado opera num nível constante de troca de signos , isto faz com ele fique cada vez mais cego para atos simbólicos, como, por exemplo, o terrorismo. No trabalho de Baudrillard, a área simbólica (a qual ele desenvolve uma perspectiva atrás de trabalhos antropológicos de Marcel Mauss e Georges Bataille) é vista como bastante distinta dos signos e significados. Signos podem ser trocados como commodities; simbolos, por outro lado, funcionam de forma diferente: eles são trocados, como presentes, algumas vezes violentamente, como uma forma de potlatch. Baudrillard, particularmente no final de sua obra, via a sociedade globalizada como sem este elemento simbólico, e, por isto, simbolicamente (se não militarmente) indefesa contra atos como o fatwa declarado para Rushdie ou como nos ataques terroristas do 11 de Setembro contra a América e suas bases militares.
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