segunda-feira, 26 de maio de 2008

Morto-Vivo, ou Sobre Incertezas

Cada vez mais sinto dificuldades em inspirar o ar refrescante que revigora a alma e que me deixa mais leve.

Estou mais pesado. Com muita dificuldade consigo caminhar por estas ruas incertas. Durmo cedo, maldito cansaço! Entro em desespero ao saber que não há origem para o que sinto, logo também não vejo o fim.

De certo mesmo, só as visões de que nada é constante. Não há uma única calçada que me dê certeza que não irei cair. Portanto, vivo com medo.

É tudo tão falso, tão imaginário, tão grave, que não vejo sentido em coisa alguma. Me delicio com a acidez do mundo, com a quebra de protocolos e com as teorias desconstrutivas, porém o que resta além disto? Nada mais, somente especulações.

Há razões para viver? Sim! Eu tenho, ao menos, dez excelentes razões para continuar a respirar. Porém, existem outras noventa razões para que não esteja mais aqui.,. Não se enganem, isto não são idéias suicidas! Ao contrário, são motivações que encontro para reunir a trupê dos angústiados e formar a sociedade utópica dos mortos-vivos. Pois prefiro ser um morto-vivo do que um vivo-morto.

Sim, caros senhores, sou mais um teórico desconstrutor de realidades, visto que elas são muitas. Me aguardem, pois há de chegar o dia em que eu irei tirar o véu do planeta e tudo o que restará será um imenso vazio. Apenas o nada.

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