quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Valor de Um Filho

Fui inspirado a escrever este post devido a uma daquelas apresentações em Power Point com mensagens coloridas, paisagens e músicas de fundo. Geralmente não dou muita atenção para estas coisas, mas como falava dos benefícios em ser pai, resolvi dar uma olhada e eis o que tenho a dizer.

Recentemente, o programa de telejornalismo "global" de variedades chamado "Fantástico" levou ao ar uma reportagem onde enfatisava o quanto custa caro criar um filho até os 23 anos. Embora não tenha visto o programa, ele acabou repercutindo em discussões no ambiente de trabalho, na sala de jantar, em outros meios sociais.

Um resumo da reportagem pode ser lida clicando aqui.

A reportagem, basicamente, divide a sociedade em quatro níveis, por renda familiar, e tenta elencar quais os custos gerados com filhos em cada uma das classes:
Grupo "1" > renda de R$ 1 mil por mês > o filho custa R$ 68,1 mil em 23 anos > equilave a dois carros populares
Grupo "2" > renda mensal de R$ 2 mil até R$ 5 mil > gasto com filhos: R$ 407.140 > um apartamento de três quartos, mais quatro carros.
Grupo "3" > renda mensal partir de R$ 6 mil > gasto de R$ 883,3 mil > dois apartamentos, oito carros e ainda 21 passagens para a Europa.
Grupo "4"> renda superior a R$ 25 mil por mês > gasto de R$ 1,609 milhão > equivale a quatro apartamentos, 16 carros, e 22 viagens para a Europa.

Pude observar diversos jovens, enaltecidos, se gabarem de quão inteligentes são por terem "optado" por não terem filhos, pois "dá para fazer um montão de coisas com todo este dinheiro". De certo, eles não estão errados em pensar desta forma, porém, qual é real valor de um filho?

Como pai, diria que 200 mil reais (valor sugerido pela reportagem como mais do que ideal para se criar bem um filho) é muito pouco! Irei explicar o porquê.

R$ 200.000,00 parcelados em 23 anos = R$ 8.695,65 por ano = R$ 725,00 por mês = R$ 24,16 por dia = R$ 1,00 por hora.

Por míseros R$ 1,00 por hora, o quê você terá direito?
- Beijos e abraços diários;
- Sorrisos constantes;
- Curso de paciência com certificado garantido;
- Aprender a não ter medo do escuro;
- Brincar com brinquedos, quando bem entender;
- Ser visto como Super-Herói por fazer coisas pequenas;
- Levar um "amiguinho(a)" para o estádio de futebol;
- Tomar banho de mangueira, no seu quintal, nos dias quentes;
- Montar lego e quebra-cabeças;
- Assistir desenhos animados;
- Gravar o seu nome para além de sua existência;

Nossa! Quanto coisa legal! Por R$ 1,00 por hora! Eu pago esta merreca e tenho direito à todas estas coisas por quanto tempo? É para todo o resto de sua vida, caro amigo. Para cada instante, cada segundo, cada suspiro. Vai estar tudo lá, disponível para você aproveitar! Não perca mais tempo, se você já tem tudo isto, aproveite bem o que tem, se você ainda não tem, não fique sistematizando o homem e não subestime a capacidade e experiência de um pai ou de uma mãe, pois a experiência de ter filhos faz parte do processo de construção dos estágios da vida humana, enfim, você só concluirá o processo de se tornar homem ou mulher, quando passar por todos os estágios. E esta é uma etapa maravilhosa que não deve ser pulada.

Afinal você pode ter um carro importado, uma casa legal, mas isto, nem de longe, se equipara ao prazer alcançado com nossas pequenas criaturas, ademais, agradeça os teus pais por não pensarem como você - que pensa que filhos não são bem-vindos - pois ao invés de você existir, o que haveria seria um apartamento no Leblon ou VW/Passat. Você pode ter um carro importado, mas não deixe de ser pai. O investimento é muito pequeno e os benefícios são para toda vida.

2 comentários:

  1. Eu realmente não consigo imaginar como é ter um filho. Mas me lembro de uma comparação que fizeram que eu achei bem interessante. Me falaram como quando a gente pega um cachorro para criar e se afeiçoa a ele e tudo o mais. Com o filho seria algo parecido, mas mas intenso (pois é o seu sangue, seu legado). Só mesmo sendo pai para saber. De qualquer forma, está fora dos meus planos por enquanto!

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  2. Eu quero ter filhos num futuro cada vez mais próximo. O dinheiro investido pode ser calculado, mas o valor sentimental - que é o mais importante -, não.

    De qualquer maneira, acho que a matéria visava alertar os pais (principalmente adolescentes) de que não é fácil querer colocar um filho nesse mundo. Mas foram infelizes em abordar somente a questão econômica.

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