segunda-feira, 20 de outubro de 2008

15 Anos, Um Fim, Medo e A Vida Como Ela É

Através de meus textos é possível perceber com clareza a minha batalha pessoal contra as mídias de fluxo, principalmente aquelas que figuram imagens, como os telejornais, porém nesta ultima sexta-feira acabei por me deixar envolver por algumas horas em relação ao crime cometido pelo jovem Lindemberg, de apenas 22 anos, com as crianças Eloá e Nayara, de 15 aninhos cada uma.

Não fiquei obcecado pela notícia – como um obsessivo caçador de detalhes insignificantes – mas fiquei abatido, afinal uma menina de 15 anos foi assassinada por um rapaz que declarava seu amor acima de si mesmo. Quinze anos, caros amigos... Apenas quinze primaveras se passaram desde o seu nascimento...

O que me choca não são as imagens, mas sim a monstruosidade animalesca presente dentro de cada ser, como se ele estivesse a espreita aguardando o momento ideal para ser libertado. Este somos nós, e eu tenho medo do que somos. Talvez por isto tenha me isolado em uma caverna, pois não quero o fim. Quero sim me tornar atemporal e sobreviver para contar a história mais bonita a respeito de um povo que vive em paz.

Temos em cena mais um crime de amor – te amo porque te odeio e te odeio porque te amo. Não faz sentido. É como se estivesse num plano fantastico e irreal. É difícil entender. É como se os personagens de Nelson Rodrigues ganhassem vida e estivessem cometendo os crimes de suas crônicas.

As minhas teses existencialistas ganham vida com episódios como este. Afinal, a vida é isto? O dia de amanhã depende simplesmente da sorte do dia de hoje? É difícil de suportar toda esta selva a qual vivemos, onde é cada um por si. É o fim, absurdamente e tão simples, o fim.

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