quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Anarca-feminismo


O anarca-feminismo é uma das ramificações do anarquismo que luta, através dos ideais anarquistas, por uma sociedade não-machista, onde alguns valores femininos sejam dissiminados na cultura social, de modo que o mundo possa se tornar alguma coisa menos agressiva e mais pacífica. Somente com a queda da sociedade machista é que o anarquismo poderia seguir em frente como um modelo exemplar de como se viver em sociedade.

Embora este movimento aparente ser uma versão radicalista do feminismo de nosso tempo, ele é muito bem fundamento, com argumentos convincentes e ,dado sua origem, também foi importante para que as mulheres conquistassem o espaço que elas tem hoje, muito embora muita coisa ainda precisa ser feita para que a igualdade entre os gêneros seja atingida – tanto é que o movimento continua forte, principalmente nos EUA e em algumas partes da Europa.

Basicamente o argumento principal é que se o anarquismo é uma posição política que se opõe a qualquer tipo de relacionamentos baseados em relações de poder, logo ele é um movimento feminino por natureza. Isto porque para os adeptos desta ramificação, a sede pelo poder seria uma característica inata do gênero masculino. Neste caso, uma sociedade justa poderia ser estabelecida se as pessoas pudessem repensar a organização numa visão feminina do todo.

Se por um lado os homens são conhecidos por qualidade autoritárias – como competitividade, agressividade e dominação – as mulheres são vistas justamente pelo contrário: coperação, compartilhamento, compaixão e sensibilidade. Como nossa sociedade está calcada em valores masculinos, a nossa atual organização reflete justamente as qualidades do gênero (por isto tanta violência e ganância pelo poder). Seria então a hora de equilibrar a balança com ideais anarquistas femininos.

Existe uma ramificação que não seria contra o capitalismo, ou seja, é solidária de uma outra ramificação chamada anarco-capitalismo, onde a autoridade do Estado precisaria ser extinta (o que garantiria a igualdade entre homens e mulheres). Esta ramificação é mais individualista e cresce, principalmente, nos EUA. Na Europa temos uma ramificação mais voltada para o coletivismo e mais orientada para o anarco-comunismo clássico.

A igualdade proposta entre os gêneros vai de encontro ao que o próprio Bakunin escrevia, onde o casamento seria extinto enquanto compromisso de submissão da mulher para o homem, onde a familia não faria sentido se fosse para a mulher perder a sua liberdade para criar os filhos e cuidar de casa. A mulher deveria ser livre e dona de seu próprio caminho, inclusive no que concerne a liberdade sexual, principal termômetro da sociedade machista a qual vivemos, onde a atividade sexual frequente da mulher é visto com repudia, enquanto a do homem é observada com orgulho e bem aceita pela sociedade.

Embora tenha ganhado força nos anos 60, o anarca-feminismo surje em 1860 como uma crítica anarquista contra a sociedade patriarcal, mas foi melhor organizada durante a guerra civil espanhola com a criação do primeiro grupo denominado anarca-feminista: Mujeres Libres. Entre os nomes das principais teoristas do movimento podemos destacar Emma Goldman, Voltairine de Cleyre e Lucy Parsons. Como grupos que ainda estão na ativa, podemos citar o Bolivia’s Mujeres Creando, o Radical Cheerleaders e a conferência anual realizada em Boston chamada La Rivolta!.

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