Para escrever estas palavras precisei emergir, ao abandonar o meu ser, para uma existência superiormente infinita, graças a transcedência da alma para um estado de nada absoluto. Vejam, estou desnudo: insatisfeito, com sede, perturbado, porém assustadoramente calmo. Coração tranquilo, alma rebelde. Hoje inicia a revolução de um homem só. Não sei por onde caminhar, simplesmente queria escrever palavras que fossem além, como que por um encantamento mágico. Gostaria apenas de ler, em tempo-real, o meu ser intramundano ao reclamar de meus exageros e de minhas extravagâncias.
Assim (quem sabe?) talvez pudesse fazer uma leitura de minha alma e me reconhecer (ou então me estranhar), algo como “afinal de contas você não é nada, senão a junção de fragmentos de livros que ninguém mais lê, uma cópia barata e imperfeita de idéias que não lhe pertence!”. Quando será que eu me libertarei de meus anseios? Quando deixarei de ser apenas um monte de ossos e carne? Este comodismo, este faz-de-conta, esta vida que nem é mais minha, quando irá evaporar? Quando virá a próxima tempestade para levar toda a impureza para outros rios?
Confuso, confuso, confuso. Com uma vontade danada de colocar o mundo do avesso e sem coragem para seguir em frente. Sem coragem para a originalidade, como um covarde que ostenta a imagem e um herói sem poderes para vingar a espectativa de seu público. Alguma coisa há de sair nos próximos meses. Esta é a minha sina, minha promessa e o meu deleite. Este será o meu contra-ataque e a minha retribuição para todos aqueles que acreditam na idéia.
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