Pincelo o teu rosto neste versos aferventados
Versos profetas de intenções á beira-luz
Teus olhos brilhantes definidos por minhas mãos
No espelho da madrugada reflete a imagem que reluz
Tua pele macia tem cheiro de tinta
Os teus lábios de mel têm gosto de papel
A flor bela que encanta os campos tristes
Tem nome de lindo peixe, do oceano a nova grife.
As serenas palavras fúteis fazem uma descrição
Inspira-me com tuas doces cartas minha fértil imaginação
A cada suspiro teu, o lápis caminha por linhas retas
Os sonhos introduzem na mente entre as frestas
Fundindo minha carne na tua entre madrugadas
Onde os olhos vacilam e se enganam por momentos quentes
Na lucidez dos retratos de escadaria íngreme
Construídas por andares de estrofes decrescentes
Somos corpos de misturas heterogêneas
Almas perfeitamente homogêneas
Letras tortas, garranchos e riscos.
Escrevo esperanças num amor arisco.
Supremo amor este que quebra o alfabeto
E soluça no teu bosque dos espíritos enamorados
Impiedoso mistério de poesias fúnebres
Constroem-se versos de dois pombos apaixonados
Nenhum comentário:
Postar um comentário