Sinto o vento insuflar em meu ouvido
A resposta de todos os meus profundos pedidos.
“Não a terá jamais! Sois amaldiçoado em vida!
Não saberás se quer o que é o amor! Tu és maldito!”
De súbito as cores desapareceram e me vi perdido
Dentro das brumas que me sufocam vagarosamente
Sofro de veneta e solto um grito estridente:
“Ao menos uma imagem! Uma imagem da virgem sorridente!”
O vento oscilante vacilava em soprar as verdades
Sabia que em meu coração reinava saudades:
“Se chegares a tanto por esta sofrerás! Te maltratarás!
Deixarás de ser homem para ser dor! De ti ela não gostarás!”
Me ascendeu no corpo um esplendor imenso, uma alegoria perniciosa
Uma emoção tão forte que resvalou o meu corpo para as nuvens
Sem que percebeste flutuava e dançava com a regência do vento:
“Não me importa! Por minha rainha já morrereis sabendo!”
O vento tinha um balançar tristonho e tinha piedade de mim
Me advertiste desde o inicio e sempre soube o preço que pagaria
Mas subestimei o vento e para um romance incerto fugi
Se pudesse voltar no tempo chamaria o vento e diria:
“Oh, vento! Senhor que conhece a todos os segredos!
Me livraste do amor e de todas as senhoras do enleio
Faça com que minha alma se torne tola e arisca
Que não tente mais caminhar por aventuras desconhecidas!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário