"Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?" - Almeida Garret
Quem foi, foi quem que ateou
A chama da paixão nesta telha
Imunda das vertigens e dos horrores
Que guarda o solitário mel de abelha
O doce mel que espele a tua boca
Embriaga o sóbrio morcego negro
Que observa a ua dança em silêncio
Fascinado pela formosura, e tendes medo
Pois então que queima e arde na alvorada
De noites insones pensando na tua vinda
E ouvireis eu mais o encantado da chamada
Repetiremos então o desejo de luas passadas
Sim, pois tu incendiaste minha sanidade
E alenta o fogo a cada nota de pensamento
E nem a chuva das nuvens da saudade
Conseguem apagar os inesquecíveis momentos
Estes momentos que calam no tempo
Quando só restam fragmentos, profundo silêncio
Passam, então, dolorosamente os dias
Guardando o sabor de um vazio azedo na saliva
E já que não verei mais o dia clarear
Peço só mais um desejo para o coração
Que ponha um fim neste incêndio a chorar
Como dói amar e viver na solidão!
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