Não seja hipócrita, coração gélido,
Pois aqui não mora nenhuma criança,
Apenas um tolo longe de ser o príncipe belo
Este, o encantado sonho de tantas!
Sou apenas mais uma alma que vaga
Em busca de algo que eu nem espero
Algo que se perca pelos caminhos da fala,
Não são falsas palavras que eu quero!
Esqueceu de dizer, pois não me leva a sério
Mas tudo bem, cada um na sua, nada mais,
Todos com os seus defeitos e com seus méritos
Os dois extremos de um imã que não atrai.
O que sou, senão uma estrela bastarda
Perdida nas noites, uma alma penada?
Sou o que chama de brinquedo da vida,
O bobo da corte, a bomba explosiva.
Não sou composto de palavras concretas
Sou síntese de dores e eternas sequelas,
Assim como não preciso de falsas escritas
E nem de piedade pelas feridas que são minhas!
Se lágrimas ainda transbordam no céu
É pela ilusão de um reino de utopias
Pois tanta decepção e tanta espectativa,
Fazem arrancar da mentira o véu
O julgamento ainda estará por vir
Pois o vento conhece todos os segredos
E não porque a profecia vem de mim,
Pois assim diz a cor da tina: branco ou preto!
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